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Modalidade cada vez mais procurada por produtores de café, o mercado futuro é uma opção de negócio para quem quer comprar ou vender uma quantidade de um determinado produto em uma data posterior. É uma forma de garantia, de proteção contra as oscilações de preço. Ele se baseia na expectativa do mercado para o preço do produto no momento em que for firmado o contrato.
Fatores como a bienalidade na produção do café e o clima, são determinantes para que safras como a atual, de 2021, sejam baixas e, por consequência, elevem o valor da cotação do café. Muitos produtores se mostraram resistentes na entrega do que foi comprometido em negociações de mercado futuro. Em recente publicação, a agência Reuters destacou a inquietação de grandes traders em todo o mundo em relação à não entrega de cafés, especialmente no Brasil, e o impacto provocado em toda cadeia.
Mediadoras importantes nesse processo, as cooperativas são referência para quem comercializa haja vista o incentivo às boas práticas de produção e gestão, além da prioridade a questões como sustentabilidade. A Coocafé, na região das Matas de Minas Gerais e Montanhas do Espírito Santo, disponibiliza essa opção aos associados como um meio de garantir os custos da produção.
“Quando a gente indica a um produtor essa modalidade, recomendamos que ele faça com 20 a 30% do volume esperado para sua próxima safra” – diz Fernando Cerqueira, diretor presidente da Coocafé. “Porque se o café subir de preço, ele ainda tem 70% da produção para vender pelo preço do momento. Se cair, ele já tem os 30% do café fixado” – prossegue.
Para o diretor executivo da Plataforma de Café da Louis Dreyfus Company (LDC) no Brasil, Marcelo Pedro, os mercados pra entrega futura se baseiam num princípio de confiança entre as partes. “A gente parte da premissa que comprador e vendedor vão desempenhar seus compromissos de forma plena. E nós temos uma preocupação enorme em manter relacionamentos de longo prazo e de confiança com produtores. As cooperativas são fundamentais pra isso” – ressaltou em entrevista à assessoria de comunicação da Coocafé.
A Coocafé sempre zelou por uma postura de compromisso e consolida ao longo de mais de quatro décadas uma relação de credibilidade com todas as partes que compõem essa modalidade de negócio. “Poder contar com uma cooperativa alinhada com o mercado maduro, que tem um processo de governança sólido, robusto, e que está pronta para resolver qualquer desafio ao longo da safra é essencial pra nós” – pontua o diretor da LDC.
“Trabalho há cerca de oito anos com a modalidade e faço por segurança. A cooperativa para mim é muito importante nesse processo” – comenta Jefferson Fadlallah, associado Coocafé. “Nem sempre a gente acerta, mas é uma forma da gente garantir o custo. Pelo menos temos uma certeza de que teremos essa garantia. Quase sempre eu obtive bons resultados.” – pondera.
A produção de café no Brasil corresponde a um terço da produção mundial. Esse volume o coloca no patamar de mais importante produtor do planeta e, logo, um termômetro para o mercado do café. Equilibrar a balança dos interesses é o grande desafio do momento. O mercado futuro segue sendo um negócio importante. Imprescindível é praticá-lo considerando os riscos, dentro de um cenário onde se está sujeito a deixar de ganhar em algum momento, o que, contudo, não implica em perda.
O diretor da Coocafé ressalta a importância do comprometimento do produtor com o cumprimento do contrato. “Nós praticamos há cerca de 15 anos o mercado futuro. Na maioria das vezes ganhamos, mas em algum momento a fixação de preço pode ficar abaixo. Mas estamos falando de um contrato. E é um contrato executável. Independente do cenário, é importante cumpri-lo” – finaliza Cerqueira.
Por Ramon César